quinta-feira, setembro 30, 2004
Bordas de Hielo
Vengo a verte pasar todos los días,
vaporcito encantado siempre lejos...
Tus ojos son dos rubios capitanes;
tu labio es un brevísimo pañuelo rojo
que ondea en un adiós de sangre!
Vengo a verte pasar; hasta que un día,
embriagada de tiempo y de crueldad,
vaporcito encantado siempre lejos,
la estrella de la tarde partirá!
Las jarcias; vientos que traicionan;
vientos de mujer que pasó!
Tus fríos capitanes darán orden;
y quien habrá partido seré yo...!
César Vallejo
Vengo a verte pasar todos los días,
vaporcito encantado siempre lejos...
Tus ojos son dos rubios capitanes;
tu labio es un brevísimo pañuelo rojo
que ondea en un adiós de sangre!
Vengo a verte pasar; hasta que un día,
embriagada de tiempo y de crueldad,
vaporcito encantado siempre lejos,
la estrella de la tarde partirá!
Las jarcias; vientos que traicionan;
vientos de mujer que pasó!
Tus fríos capitanes darán orden;
y quien habrá partido seré yo...!
César Vallejo
sábado, setembro 25, 2004
Innocent When You Dream
The bats are in the belfry
the dew is on the moor
where are the arms that held me
and pledged her love before
and pledged her love before
It's such a sad old feeling
the fields are soft and green
it's memories that I'm stealing
but you're innocent when you dream
when you dream
you're innocent when you dream
Running through the graveyard
we laughed my friends and I
we swore we'd be together
until the day we died
until the day we died
It's such a sad old feeling
the fields are soft and green
it's memories that I'm stealing
but you're innocent when you dream
when you dream
you're innocent when you dream
I made a golden promise
that we would never part
I gave my love a locket
and then I broke her heart
and then I broke her heart
It's such a sad old feeling
the fields are soft and green
it's memories that I'm stealing
but you're innocent when you dream
when you dream
you're innocent when you dream
Tom Waits
The bats are in the belfry
the dew is on the moor
where are the arms that held me
and pledged her love before
and pledged her love before
It's such a sad old feeling
the fields are soft and green
it's memories that I'm stealing
but you're innocent when you dream
when you dream
you're innocent when you dream
Running through the graveyard
we laughed my friends and I
we swore we'd be together
until the day we died
until the day we died
It's such a sad old feeling
the fields are soft and green
it's memories that I'm stealing
but you're innocent when you dream
when you dream
you're innocent when you dream
I made a golden promise
that we would never part
I gave my love a locket
and then I broke her heart
and then I broke her heart
It's such a sad old feeling
the fields are soft and green
it's memories that I'm stealing
but you're innocent when you dream
when you dream
you're innocent when you dream
Tom Waits
sexta-feira, setembro 24, 2004
Búzio
Sei que nunca viste o oceano,
que nunca olhaste a onda sobre a onda,
que nunca fizeste castelos para o mar ser forte.
Mas sei que já viste o coração das coisas,
que já tocaste a ferida nos nossos braços,
que já escreveste para sempre o nome da terra.
Por isso te digo que vou levar-te o mar
na concha das minhas mãos, azulíssimo,
para que neles descubras o meu nome
entre os seixos os búzios os rostos que já tive.
Vasco Gato
Sei que nunca viste o oceano,
que nunca olhaste a onda sobre a onda,
que nunca fizeste castelos para o mar ser forte.
Mas sei que já viste o coração das coisas,
que já tocaste a ferida nos nossos braços,
que já escreveste para sempre o nome da terra.
Por isso te digo que vou levar-te o mar
na concha das minhas mãos, azulíssimo,
para que neles descubras o meu nome
entre os seixos os búzios os rostos que já tive.
Vasco Gato
segunda-feira, setembro 20, 2004
Bilhetes do metro, parte II. ;oP..Joaninha*miss u my friend
O tempo me persegue;
imenso, tenso, sufocante...
Num outro tempo ele não existia.
Hoje é um assombroso fantasma que me procura,
que me mostra que sempre esteve lá,
subtilmente disfarçado,
camuflado com o teu sabor.
Diz-me amor como fugir ao tempo;
para que possa escapar a este tédio,
às recordações de ti;
ao nosso tempo...
António Morgado
O tempo me persegue;
imenso, tenso, sufocante...
Num outro tempo ele não existia.
Hoje é um assombroso fantasma que me procura,
que me mostra que sempre esteve lá,
subtilmente disfarçado,
camuflado com o teu sabor.
Diz-me amor como fugir ao tempo;
para que possa escapar a este tédio,
às recordações de ti;
ao nosso tempo...
António Morgado
sábado, setembro 18, 2004
Pois é, isto desde a festa do Avante tem sido sempre a abrir; entre copos e trabalho, falta-me paciência para pensar neste blog.
Hoje andei em arrumações e encontrei uns rabiscos bem velhinhos..em bilhetes de metro ;oP.
Quanto pesa uma folha de papel?
Teria o mesmo peso uma carta de amor
que uma carta de despedida
que pela última vez beija o olhar?
E se nela se depositasse uma marca de baton,
que peso teria?
E se aquela lágrima maldita tombasse nas entrelinhas,
suportarias o peso nas tuas mãos?
Tua carta escorrega-me por entre as mãos
minha alma esmagada por cada palavra.
Meu amor diz-me que peso tem esta tua marca em mim.
Diz-me quanto pesa uma folha de papel?
António Morgado
Hoje andei em arrumações e encontrei uns rabiscos bem velhinhos..em bilhetes de metro ;oP.
Quanto pesa uma folha de papel?
Teria o mesmo peso uma carta de amor
que uma carta de despedida
que pela última vez beija o olhar?
E se nela se depositasse uma marca de baton,
que peso teria?
E se aquela lágrima maldita tombasse nas entrelinhas,
suportarias o peso nas tuas mãos?
Tua carta escorrega-me por entre as mãos
minha alma esmagada por cada palavra.
Meu amor diz-me que peso tem esta tua marca em mim.
Diz-me quanto pesa uma folha de papel?
António Morgado
sábado, setembro 04, 2004
Venham mais cinco
Venham mais cinco
Duma assentada
Que eu pago já
Do branco ou tinto
Se o velho estica
Eu fico por cá
Se tem má pinta
Dá-lhe um apito
E põe-no a andar
De espada à cinta
Já crê que é rei
Dàquém e Dàlém Mar
Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar
A gente ajuda
Havemos de ser mais
Eu bem sei
Mas há quem queira
Deitar abaixo
O que eu levantei
A bucha é dura
Mais dura é a razão
Que a sustem
Só nesta rusga
Não há lugar
Pr'ós filhos da mãe
Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar
Bem me diziam
Bem me avisavam
Como era a lei
Na minha terra
Quem trepa
No coqueiro
É o rei
José Afonso
Venham mais cinco
Duma assentada
Que eu pago já
Do branco ou tinto
Se o velho estica
Eu fico por cá
Se tem má pinta
Dá-lhe um apito
E põe-no a andar
De espada à cinta
Já crê que é rei
Dàquém e Dàlém Mar
Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar
A gente ajuda
Havemos de ser mais
Eu bem sei
Mas há quem queira
Deitar abaixo
O que eu levantei
A bucha é dura
Mais dura é a razão
Que a sustem
Só nesta rusga
Não há lugar
Pr'ós filhos da mãe
Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar
Bem me diziam
Bem me avisavam
Como era a lei
Na minha terra
Quem trepa
No coqueiro
É o rei
José Afonso
sexta-feira, setembro 03, 2004
Hoje vai parecer meio desconcertante; esvaziei-me de tal maneira...abracei o vazio com tanta força que me sinto...feliz!? :o) . Está na hora de renascer.
The Man with Night Sweats
I wake up cold, I who
Prospered through dreams of heat
Wake to their residue,
Sweat, and a clinging sheet.
My flesh was its own shield:
Where it was gashed, it healed.
I grew as I explored
The body I could trust
Even while I adored
The risk that made robust,
A world of wonders in
Each challenge to the skin.
I cannot but be sorry
The given shield was cracked,
My mind reduced to hurry,
My flesh reduced and wrecked.
I have to change the bed,
But catch myself instead
Stopped upright where I am
Hugging my body to me
As if to shield it from
The pains that will go through me,
As if hands were enough
To hold an avalanche off.
Thom Gunn
I wake up cold, I who
Prospered through dreams of heat
Wake to their residue,
Sweat, and a clinging sheet.
My flesh was its own shield:
Where it was gashed, it healed.
I grew as I explored
The body I could trust
Even while I adored
The risk that made robust,
A world of wonders in
Each challenge to the skin.
I cannot but be sorry
The given shield was cracked,
My mind reduced to hurry,
My flesh reduced and wrecked.
I have to change the bed,
But catch myself instead
Stopped upright where I am
Hugging my body to me
As if to shield it from
The pains that will go through me,
As if hands were enough
To hold an avalanche off.
Thom Gunn
quinta-feira, setembro 02, 2004
Reflexos
Olho-te pelo reflexo
Do vidro
E o coração da noite
E o meu desejo de ti
São lágrimas por dentro,
Tão doídas e fundas
Que se não fosse:
o tempo de viver;
e a gente em social desencontrado;
e se tivesse a força;
e a janela ao meu lado
fosse alta e oportuna,
invadia de amor o teu reflexo
e em estilhaços de vidro
mergulhava em ti.
Ana Luísa Amaral
Olho-te pelo reflexo
Do vidro
E o coração da noite
E o meu desejo de ti
São lágrimas por dentro,
Tão doídas e fundas
Que se não fosse:
o tempo de viver;
e a gente em social desencontrado;
e se tivesse a força;
e a janela ao meu lado
fosse alta e oportuna,
invadia de amor o teu reflexo
e em estilhaços de vidro
mergulhava em ti.
Ana Luísa Amaral
quarta-feira, setembro 01, 2004
VICEVERSA
Tengo miedo de verte
necesidad de verte
esperanza de verte
desazones de verte
tengo ganas de hallarte
preocupación de hallarte
certidumbre de hallarte
pobres dudas de hallarte
tengo urgencia de oírte
alegría de oírte
buena suerte de oírte
y temores de oírte
o sea
resumiendo
estoy jodido
y radiante
quizá más lo primero
que lo segundo
y también
viceversa.
Mario Benedetti
Tengo miedo de verte
necesidad de verte
esperanza de verte
desazones de verte
tengo ganas de hallarte
preocupación de hallarte
certidumbre de hallarte
pobres dudas de hallarte
tengo urgencia de oírte
alegría de oírte
buena suerte de oírte
y temores de oírte
o sea
resumiendo
estoy jodido
y radiante
quizá más lo primero
que lo segundo
y también
viceversa.
Mario Benedetti